
Soraya, 28 anos, sempre viveu em Nova York. Ela decide ir à Palestina, de onde sua família foi exilada em 1948. Ao chegar, ela tenta recuperar as economias do avô. Diante da recusa do banco, Soraya resolve tomar as rédeas de sua própria vida.
O cinema como heroísmo, coragem física, encontra seu argumento cinematográfico no sistema de fronteiras arbitrariamente bloqueadas, de vetos à circulação. Uma primeira cena bem-sucedida mostra a protagonista, Soraya, desembarcando no aeroporto e sendo alvo de uma revista agressiva. Esta situação anuncia as que vêm depois, mais ou menos simbólicas, mais ou menos violentas, que figuram a opressão: grades, arame farpado, interrogatórios, averiguações. A continuação da viagem é mostrada de modo mais clássico, entre road-movie e passeio, usando o deslocamento como condição para mapear um país em guerra. Isso provavelmente serve menos para dar a ver - no caso, o contraste entre a Tel-Aviv californiana e a miséria dos territórios ocupados - do que para neutralizar a angústia, manter-se dona de si por meio do movimento do corpo. (Emily Barnett, “Les Inrockuptibles”)
SAL DESSE MAR
Diretora: Annemarie Jacir
Palestina/Bélgica/Franca/Espanha/Suíca, 2008, 109 min
onde ver: Mostra Mulheres Árabes, Cinema e Poesia
10/4, às 17h
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